
A "criminalização da notícia" como definiu o Professor Nilo Batista em entrevista recente ao Professor Wood, demonstra que ali não interessa discutir política, mas se A ou B foi preso, se C ou D quebrou o vidro de um carro, se o PM era ou não irmão de um traficante. Valeria muito mais ter colocado as considerações do sociólogo lado a lado com os textos jornalístico e editorial; o jornal perdeu uma grande oportunidade.
Em seu texto o Professor Luiz Antonio chama a atenção para a importância de se fazer uma avaliação nuançada do projeto das UPPs, justamente para o aprimoramento do programa. O aplauso acrítico, no seu entender, apenas empobrece e não contribui para o aperfeiçoamento da iniciativa.
O Professor pondera ainda sobre o esvaziamento político das associações de moradores, e alerta também para o risco de as UPPs "policializarem a atividade político-administrativa nos territórios de pobreza".
Transcrevo aqui dois trechos que me tocaram mais profundamente. O artigo é brilhante e merece ser lido com atenção.
"A fraca capacidade reinvindicativa da população que mora nas áreas direta ou indiretamente afetadas pelas UPPs, resultante da convicção de que precisam ser pacificadas, impede sua aceitação plena como participantes legítimos das arenas públicas."
"Civilizar a polícia ou civilizar populações que devem ser "pacificadas"?

3 comments:
Guardei o jornal. Achei o artigo de surpresa, deslocado no Prosa e Verso. Foi umas coisas mais lúcidas que li sopbre o assunto também. Essa adesão a "pacificação" é bastante esquisita. É bastante provável que seja o esse o discurso na reeleição.
Achei escaneado:
http://3.bp.blogspot.com/_PhEZzCF3sn8/S6j-bNKI9RI/AAAAAAAACGc/49nQEVNQoRk/s1600-h/02.jpg
http://4.bp.blogspot.com/_PhEZzCF3sn8/S6j93M45_sI/AAAAAAAACGU/VtULQsKAWYQ/s1600-h/01.jpg
valeu juliano, seja bem vindo!
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