A forma como o texto termina me deixou com uma amarga sensação…
"Enquanto se afunda mais na sua pseudo-elegância grosseira, O Segredo dos Seus Olhos confirma que o charme de O Filho da Noiva foi acidental e que o de mais relevante Juan José Campanella filmou são seus três episódios de House mesmo."
Apesar de oferecer boas chaves para análise do filme, o texto se empenha tanto em desqualificar o realizador, que me lembrou o estilo da Veja, com o perdão da comparação...
Fui assistir ao filme incensada pelo celebrizado plano-sequência pirotécnico já dissecado no youtube, pelo Oscar de filme estrangeiro e por todo o hype que se criou em torno do longa-metragem.
Com diálogos inteligentes e cheios de humor, um elenco com ótimo timing e uma produção impecável, dá pra entender porque o filme de Campanella levou 2 milhões de argentinos aos cinemas, o que não é pouca coisa, se pensarmos o cinema como um fenômeno de massas e o estado de coisas do mercado latino-americano. O filme tem muitos pontos fortes, emociona, toca, enleva.
Contudo, me parece que como pensamento de cinema, ainda faltam ali alguns lances importantes. O filme se apóia demais em formatos de gênero e certo uso da música como pontuação, o que cria zonas de previsibilidade e me leva para fora. Os códigos clássicos são mais usados à risca do que como paródia, há uma série de mecanismos e ferramentas audiovisuais facilmente identificáveis, e este reconhecimento me interessa menos do que abordagens mais intrigantes, surpreendentes e de difícil decodificação, como é o caso da Fita Branca, por exemplo.
Mas daí a acabar com a raça do diretor vai uma grande distância.
Hay que endurecer pero sin perder la ternura jamás!
1 comment:
não li o texto do cara não, mas concordo com vc!
beijos
Cris Miranda
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