Tuesday, 1 May 2012

campos sonoros - pontos de escuta


Duas performances sonoras esta semana produzindo experiências estéticas intensas com apropriações muito particulares do rock'n roll. Primeiro o lançamento do vinil Chelpa Ferro 3, no Teatro Tom Jobim, no Jardim Botânico do Rio. De uma bateria instalada no centro do palco,  saem dezenas de cabos, que conectam o instrumento a vasos de diversos formatos e tamanhos. A visão desta bateria-polvo, ligada a esta floresta de ceramicas, por si só já é um acontecimento. Quando o baterista Stephane começa a tocar, amplificado pelas caixas de som ocultas no interior dos vasos... delírio.  Poderia ter durado mais o dobro do tempo, no mínimo, para se estabelecer o transe.


A segunda performance aconteceu na programação do Arte.mov, no Palácio das Artes em Belo Horizonte. Na noite de encerramento do Festival, Leah Singer e Lee Ranaldo envolveram o público com Sight Unseen, um ritual cinético de tecnomagia. De um lado da sala retangular, uma projeção em vídeo duocanal com uma hora de duração. Ao pé da tela os pedais e amplificadores da guitarra de Lee. Evoluindo pelo espaço, o guitarrista do Sonic Youth faz um dueto com o instrumento que figura, transfigura e reconfigura de tantas formas... guitarra-bumbo, guitarra-pêndulo, guitarra-corpo, guitarra-bailarina, guitarra-guitarra.  Experiências xamânicas e rituais que criam um lugar interessante e potente, que ressignifica os instrumentos e as sonoridades... Om!

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