Relendo trechos de "Acasos e criação artística" de Fayga Ostrower:
"Jamais nossa posição no espaço e nosso olhar permanecem fixos. Jamais enfocamos de uma só vez, e nitidamente, largos campos visuais, campos circunscritos por margens e estruturados por eixos centrais - nem existem na natureza -, onde todas as formas recuam de um primeiro plano para confluírem num único ponto no horizonte."
"É este o sistema da perspectiva e são estes os seus princípios. Mas nossa percepção se dá em termos completamente diferentes. Os campos visuais são fluidos e se transformam constantemente um em outro. Nesses campos, o nosso enfoque ótico, com nitidez e precisão, cobre áreas mínimas; fora da pequena região enfocada, as áreas adjacentes já se tornam vagas e as periféricas permanecem indistintas. "
"Não nos damos conta disto, porque a vista percorre incessantemente, e com uma velocidade extradordinária, áreas diversas, maiores ou menores, focalizando sempre de novo e de novo. A cada enfoque correspondem distorções e simultâneos ajustes (na transmissão dos estímulos e na decodificacão nos centros visuais)."
Ela continua, mas eu paro por aqui.
No comments:
Post a Comment