Sunday 7 March 2010

operações de montagem 2

Demorei a assistir Bastardos Inglórios. Não sou fã incondicional do Tarantino e tive certa preguiça pra ir ver o filme assim que saiu.
Ontem, debaixo de um toró fenomenal, fomos ao cinema assisti-lo e tivemos uma grata surpresa.
A homenagem ao cinema, seus personagens, situações e músicas emblemáticas é muito emocionante. Pra quem é cinéfilo, pra quem já usou uma coladeira e uma enroladeira, pra quem viu em cinemateca O Corvo, A Batalha de Argel e tantos outros filmes homenageados por Tarantino, este filme é um prato cheio. Cheio de citações e referências à Historia do Cinema e à bibliografia básica de estudos de cine - impossível não lembrar de L'écran demoniaque, de Lotte Eisner, diante da tela consumida pelo fogo... - O filme, além do tom de paródia, deboche e escracho, tem muito charme. E melancolia, nostalgia, glamour. Me diverti. Não curto tanto os contra-plongés forçados, ali naquele início parece que eles estão muito mais a serviço de uma virtuose, de uma vontade de citar a estética faroeste, do que funcionando dentro de uma decupagem própria. Contra plongé é linguagem, não dá pra torrar contra-plongé a torto e a direito. Mas, tudo passa. Um prazer ver o Gal. Landa mudar de idioma, expressando-se em francês, alemão, inglês e italiano com verve e personalidade. The Oscar goes to him.

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