Wednesday, 9 April 2008

imagem ausência

Se pudéssemos opor, ao espaço geométrico do teatro da consciência, um espaço geográfico onde algo se pode dar a ver; se pudéssemos opor um espaço da encenação ou da re-presentação, a um espaço da experiência e da experimentação, teríamos, no lugar de uma vista, um fazer ou um jogo. No lugar de um olho organizador, pancrator que tudo vê, a ambigüidade da fenda. Este olho, que é fenda que esconde e mostra, se abre da carne do mundo. Este olhar, que deseja, não é organizado por um ponto de vista privilegiado, sujeito que se situa fora da cena, num lugar ideal, separado daquilo que vê, mas ele é constituído pelo próprio objeto a que o impele a ver, em um sentido eminentemente afetivo, para não dizer erótico. Um olhar corpóreo, no sentido de uma abertura, uma rede de relações, um Umwelt, uma função de onda.

3 comments:

Vinícius Reis said...

Por que não, no lugar de opor, fazer do espaço geométrico da encenação o espaço da experiência e da experimentação? Acho que não são coisas distintas e acho que é possível.

paoleb said...

claro nêgo. boa. é que eu tenho mania de fla-flu!

Vinícius Reis said...

E Viva o Fogão!