"Nenhuma forma jurídica parece capaz de deter essa revolução cognitiva que é o livre uso planetário de conteúdos disponíveis na internet."
Esta frase é da Ivana Bentes, manifestando-se contra a decisão de uma Juíza do Espírito Santo de mandar destruir os equipamentos do cineclube da UFES como punição pelo fato de terem exibido filmes baixados da web. detalhe: o cineclube universitário funciona sem fins lucrativos. curiosidade: o filme que serviu para a punição exemplar foi o Farenheit, 9/11. Assim que li lembrei-me do filme do Truffaut, Farenheit 451, onde livros são destruídos por uma polícia truculenta.
Realmente, como tão bem discorreu o Cezar sobre o assunto, detemos os meios e os modos para fazer circular livremente imagens e idéias. Dispomos hoje de uma rede com conteúdos disponíveis on line, temos computadores capazes de gravar o que transita por esta rede, temos mídias à venda para registrar e fazer circular o que gravamos, temos fome de alimentação e retro alimentação deste sistema e somos estimulados nesta fome. Fazer o quê diante deste estado de coisas? Pagar ??? Mas a navegação na internet é gratuita, na sua esmagadora maioria. Na abertura do Coneco ouvi de um dos Overmanos sobre como esta prática gratuita se difundiu espontaneamente e sobre como qualquer tentativa de cobrança na rede é recusada pelos usuários.
Para fazer meu filho de 11 anos, bombardeado pelo pensamento da proteção à propriedade privada, entender sobre a importância de coletivizar os saberes, falei sobre as quebras de patentes de medicamentos, e de como a luta para salvar vidas é algo infinitamente mais urgente do que os lucros almejados pelos executivos de 6 dúzia de laboratórios. Filho, vamos brigar pra defender os interesses das grandes corporações ou vamos defender o acesso de todos nós? Se novas ferramentas de distribuição do conhecimento já estão em curso, pela própria existência das mídias digitais?
Tuesday, 20 November 2007
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment