Friday, 28 September 2007

Apitchatpong e Tsai

Mais uma vez o Oriente nos dando pistas. Digo: evaporando o sistema narrativo e instaurando uma organização imersiva dos acontecimentos, encarnada na experiência.
O tempo, que dura.
Os corpos, em sua ossatura, aparecem.
A pausa, suspensão. O instante.

O som que se descola da imagem, desloca ou quem sabe nunca fora pertencente à imagem.
O som como uma construção autônoma.
O discurso sonoro que é mais muito mais que um off.

O colchão que vem de outro lado da cidade e já esta associado ao “homeless”, sem estar.
E quando o homeless cai de dentro do colchão é uma aparição, materialização de uma tensão, imanente desde o início da narrativa.

Fazer filmes como quem faz uma instalação, coloca os corpos numa cidade, num cruzamento, num eixo, muito mais do que num quadro; como disse Greenaway:

Finally we are able to gather together a language for itself, which really becomes totally autonomous and is not a slave anymore to what I would call the tyranni: the tyrannus of text, the tyrannus of an actor, the tyrannus of frame and the most difficult of all, the tyrannus of the camera.


***

La Science des Rêves achei um filme lindo lírico irmão do Eternal Sunshine, e mesmo que em alguns momentos tenha sido um poquito mão pesada - estava tão genial que não tinha necessidade de apontar o dedo, escarafunchar pra dizer olha que legal; - mas mesmo assim, me vi muito ali, amar sem ser na nossa língua, imaginação, loucura e amor. uma coisa alice in wonderland, brincadeira ser criança e dormir pra esquecer, ou pra ser sonhar.
amar em alemão foi phoda, em francês tornou-se hábito. em inglês girl interrupted.

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