Os bailarinos, completamente entregues, flutuam no universo do dramaturgo, criando um transe emocionante, hipnótico e delicioso. Os movimentos são ricos em significados, nuances, graça, humor, está tudo ali. Dança contemporânea fina e sofisticada e tão ao alcance do humano demasiado humano. 6 corpos tão distintos entre si em sua expressão e forma, e a presença de um japonês e uma francesa, expressando-se em seus próprios idiomas nos poucos momentos em que a fala se dá em cena, traz mais um tempero de estranheza e curiosidade ao espetáculo.
Fiquei muito comovida e cheguei em casa procurando os textos que tenho na minha estante.
Bibelot e Aurora se encontram pela segunda vez.
Voici as rubricas de Nelson pra essa cena. Dá pra imaginar do que se trata?
Baixo e carinhoso
Num alegre mesurar
Tentada
Num frêmito delicioso
Alegre
Achando graça
Sem saber explicar
Vacila
Pigarreia
Ri
Deleitada
Andam alguns passos
Estaca
Tirando um pigarro
Rápida
Com o pânico da distância
Com doce ironia
Um pouco incerto
Suspirando sôfrego
Doce e triste
Incisivo
Incisiva também
Com certo deslumbramento
Faz um gesto como se lavasse as mãos
Rápida, a queima roupa
Com breve hesitação
Muda de tom
ergue o rosto duro
sôfrego
ressentida
atônito
veemente
atarantado
enfática
com certa vaidade
com maior ênfase
completando a frase anterior
com novo interesse
com breve vacilação
animado
desconcertada
em brasas
amarelo
muda de tom
faz um aceno
afasta-se
aflita
agarra-lhe o braço
no seu brusco desejo
transfigurada
na sua vaidade
fascinada
mais taxativo
muda de tom
incerto
sem entender
feliz
na maior confusão
pausa
sôfrega
estrebucha
desesperada no desejo
quase chorando
despreende-se
no seu despeito de fêmea
brutal
tem uma pane de vontade
correm
estica eufórico
insultada
feliz
muda de tom
mordida de ciúmes
trocista
puxando-a
ralhando
muda de tom
eletriza-se em volúpia
no seu frenesi
ralha baixo
muda de tom
num meio sorriso sórdido
apruma-se
sôfrega, segurando-o pelo braço
sem ouvi-la, apontando
brutalmente
atônita
estupefata
deseperada
espera
na sua indignação
no seu despeito
param
sôfrego
asssutada, olha para os lados
já em abandono
com desesperado amor
no seu deslumbramento de fêmea
na impaciência do desejo
puxa
resiste
num apelo
brutal
desesperada
em volúpia
eufórico e brutal
desabotoando o sutiã
arquejando e rindo
feroz e triunfante
numa exibição do próprio nu
numa alucinação
trincado os dentes de volúpia
numa medonha histeria
em delírio
Mas um dos aspectos mais interessantes foi justamente o recorte que o grupo fez do texto, ressaltando as rubricas do autor, com adjetivos e descrições que são "batata", absolutamente certeiros, no retrato no enlance amoroso dos corpos. De uma beleza rara, voluptuosa, desesperada, violenta. Fui ao blog da Dani e catei a lista de rubricas que é lida durante o espetáculo, que reproduzo abaixo.
Impossível não me reconhecer aqui.
Bibelot e Aurora se encontram pela segunda vez.
Voici as rubricas de Nelson pra essa cena. Dá pra imaginar do que se trata?
Baixo e carinhoso
Num alegre mesurar
Tentada
Num frêmito delicioso
Alegre
Achando graça
Sem saber explicar
Vacila
Pigarreia
Ri
Deleitada
Andam alguns passos
Estaca
Tirando um pigarro
Rápida
Com o pânico da distância
Com doce ironia
Um pouco incerto
Suspirando sôfrego
Doce e triste
Incisivo
Incisiva também
Com certo deslumbramento
Faz um gesto como se lavasse as mãos
Rápida, a queima roupa
Com breve hesitação
Muda de tom
ergue o rosto duro
sôfrego
ressentida
atônito
veemente
atarantado
enfática
com certa vaidade
com maior ênfase
completando a frase anterior
com novo interesse
com breve vacilação
animado
desconcertada
em brasas
amarelo
muda de tom
faz um aceno
afasta-se
aflita
agarra-lhe o braço
no seu brusco desejo
transfigurada
na sua vaidade
fascinada
mais taxativo
muda de tom
incerto
sem entender
feliz
na maior confusão
pausa
sôfrega
estrebucha
desesperada no desejo
quase chorando
despreende-se
no seu despeito de fêmea
brutal
tem uma pane de vontade
correm
estica eufórico
insultada
feliz
muda de tom
mordida de ciúmes
trocista
puxando-a
ralhando
muda de tom
eletriza-se em volúpia
no seu frenesi
ralha baixo
muda de tom
num meio sorriso sórdido
apruma-se
sôfrega, segurando-o pelo braço
sem ouvi-la, apontando
brutalmente
atônita
estupefata
deseperada
espera
na sua indignação
no seu despeito
param
sôfrego
asssutada, olha para os lados
já em abandono
com desesperado amor
no seu deslumbramento de fêmea
na impaciência do desejo
puxa
resiste
num apelo
brutal
desesperada
em volúpia
eufórico e brutal
desabotoando o sutiã
arquejando e rindo
feroz e triunfante
numa exibição do próprio nu
numa alucinação
trincado os dentes de volúpia
numa medonha histeria
em delírio
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