Friday, 14 October 2011

Sudoeste

Odeon lotado, gente sentada pelo chão, muitos amigos, muitos sorrisos, uma noite de grande emoção, chuva. Sudoeste arrebatando a platéia do Festival antes mesmo de ser exibido, palmas calorosas e lágrimas de felicidade recebem equipe e elenco.

Quando a fita começou, imagens acachapantes, em forma de nesga, vararam a tela. Que coisa.
Translumbrante imagem, cada plano uma poesia. De tirar o chapéu a intensidade da luz e da presença dos atores. Eduardo Nunes, um realizador em sua plenitude, tecendo o tempo como o Tarkovsky que tanto preza, nos fazendo lembrar de "Persona" e da aridez do pensamento, da solidão, do fazer cinema. PB rascante.

Se houver um porém ele virá do som, que não atinge a dimensão que a imagem alcança. Ainda que a projeção de ontem tenha sido prejudicada por uma má distribuição Dolby na sala, ficou claro o quão distante a trilha sonora está da mise-en-scène.

Se houver um segundo porém: as fusões, forçadas, desnecessárias, já que cada plano é soberano.

Mais não há. Grande filme. Orgulho dos meus amigos.

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