Saturday, 24 October 2009

reflexões corte-seco

Relações possíveis entre pessoas e imagens:
Em dados momentos do espetáculo esta relação é explícita e diretamente evocada pelo elenco:
Tereza/Leo/Paulo.
Tereza/Du/Dani .
Saídas, entradas e cenas extra/campo.
A imagem é apontada pelos personagens/atores, e literalmente descrita.
Como ultrapassar a descrição? Como mudar esta relação e adicionar um comentário, fissura, divergência? Como narrar/ interiorizar/ dialogar ...
Branca
Felipe
Felipe e Paulo
Tereza
Dani/Felipe
Du e Branca
Estelinha e Cris
A presença da imagem em cena: o viewpoint tem que chegar nas telas. Há um ruído quando o jogo se estabelece no palco, entre os atores e as cadeiras, mas os monitores permanecem ali, apenas como um papel de parede. Sofro.
Introduzir a tela fora do ar (a tela branca) a interrupção, a falha, a ausência, a negação.
As imagens são puro risco. Não temer o risco nas imagens. O que escapa nas imagens. As imagens como o que escapa e não como o que se apreende! (Renata tentando entrar, funcionários do teatro que vêm e vão, reações do público)
Excelente: quando se empurram os totens e as telas se reconfiguram no espaço, de lado, de costas, resistindo ao olhar, tratadas em sua materialiade e não somente em sua 'janela para outro espaço(tempo?)', elas tornam-se autônomas, ganham um valor em si, isto também é ótimo.
A imagem ob-scena (fora da cena) x a imagem no proscenio.
Grande qualidade do espetáculo: imprevisibilidade. uma dramaturgia onde podemos ir para qualquer direção a qualquer momento. O espectador é pego pelo que há de enigma, e não pelo que há de clareza. Bom isso. Códigos abertos. Desdobrados.
Para lembrar Debord: na sociedade do espetáculo as relações entre as pessoas são mediadas por imagens.

1 comment:

paoleb said...

ranciere: Em Godard, a insistência sobre a imagem como presença imediata se alimenta, em primeiro lugar, de uma certa constância de teorização do cinema que vem de André Bazin e de toda um pensamento fenomenológico da presença. Mas há também este fato que o estatuto da imagem no regime estético das artes sempre foi ambíguo, a imagem sendo ao mesmo tempo duas coisas contraditórias: de um lado, um elemento de um discurso ou uma manifestação cifrada que clama por uma decifração, e de outro, uma presença in-significante que se impõe por si mesma, de maneira que com freqüência a idéia de imagem pode se identificar à idéia de ausência de sentido.