Tuesday, 2 December 2008
#4
Domingo dia 07/12 apresento com o músico David Cole a composição nº 4 para circuito de vigilância.
Vai ser dentro do Dorkbot, um evento que ocupa o circo voador um domingo por mês. Além de nós há apresentações de outros artistas que trabalham com áudio e vídeo, vai ser um enorme prazer vê-los por lá.
Estamos avançando nas experimentações com o circuito de vídeo e as performances de cinema ao vivo, e como sempre o feedback dos espectadores é fundamental. O evento começa as 19h e nossa apresentação começa quando escurecer - vai ser ao ar livre.
composição nº 4 para
circuito de vigilância
d o r k b o t RJ 04 - c i r c o v o a d o r
dia 07/12
domingo
19 hs
entrada livre
pelos fundos
paoleb + dvd
PARTICIPAçÕES:
LANA PENDURADA + 1
GUILHERME GUERREIRO + 1
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1 comment:
Os corpos estão sempre sedentos por curiosidades individuais e por flashbacks vividos. Quando assistimos um corpo dizer, no caso através do movimento, em qualquer brecha ou pausa sub-entendida, sempre nos indentificamos. Isso faz de nós seres-casuais? Seres-casuais dentro de acasos?
Há sempre a possibilidade de existir uma questão mais pessoal, mais direta a um ponto de partida, afinal somo todos iguais, mas existe a diferença. Por isso que acho que o movimento pode ser uma imagem sempre cativa em nossos sentidos e atenções. Podemos até ser casuais, e ignorar uma imagem, mas de repente é numa visibilidade única que nos faz lembrar que somos únicos também.
Mesmo que não deixemos acontecer o que tiver que acontecer, para não haver nenhum acontecimento, ao negarmos isso, nos perguntamos o que está acontecendo. Então, esperamos. Mas será que de fato o não deixar acontecer, ou simplesmente deixar acontecer e casualmente não houver nenhum acontecimento, faz-se valorizar uma imagem? No que realmente valorizamos a uma imagem? E o que uma imagem pode nos valorizar?
O que fazer então? Ficar quieto e dizer algo com isso? Que tipo de imagem quieta, também faria ficarmos quietos? Há com certeza, alguma troca para acontecer nesta paralização. O que se tem para trocar? Será que é preciso não estabelecer uma fórmula, e interagir totalmente com o presente? Pode se dizer que sim, pois o que nos excita é não saber o que pode nos acontecer, já que estamos nos perguntando sobre o acontecimento visível, quase que superficial. O que esperar desta troca? Será que ficar quieto implica em desocupar ou não o espaço? Modificar ou não a tonalidade ou superficialidade de um corpo? E o espaço, não se modifica com isso?
Um acontecimento é incontrolável, porque tudo já está acontecendo. Que tipo de acontecimento é esse de que tantas pessoas realizam por sentirem falta de nada acontecer? Um pré-acontecimento seria uma imagem vazia?
Pode ser que no tempo de percorrer o espaço de um quadro, em uma velocidade que interfira na intensidade de um corpo, faça um desenho único de um corpo único no espaço. Pode-se criar uma imagem-inconfundível compondo com as eqüidistâncias da cena no corpo, tornando a imagem geral confundível, porém visível.
Assim como a continuidade temporal nos interliga nesta ocasião, um som utilizado de diversas formas, ao ponto de construir uma sinfonia, cada imagem nos interliga a idéias, cada cena é uma sucessão de ideias que, uma vez montadas, dão à narração cinematográfica uma fluidez lógica e harmoniosa, seja isso, individualmente ou em conjunto.
Daí alguma coisa acontece. Mas acontece pra quem? Depende da troca feita, depende da idéia que foi ali proposta, de toda sucessão de acontecimentos-casuais a partir do ponto de partida começado...Existiu um começo, meio e fim. Mas e depois disso? O que acontece? Acaba?Ou se recomeça? Num acabamento, num finalizamento, o que é preciso entregar aos olhos e a memória dos espectadores, para que eles recomeçem da aonde se parou? Qual seria nosso ponto de partida, depois de mostrarmos o que nos aconteceu ou o que deixamos acontecer?
Se somos aqui plásticos-corpos, (que então se apresentam a propriedade de adaptar-se em distintas formas e espaços), temos como relevar uma composição e um circuito capazes de definir através de imagens e sons, alguma interferência com a vigilança? As câmeras de vigilança interferem/compõem em que sentido nesta pesquisa? Apenas como registro ou flagrantes de imagens?
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