Thursday, 6 November 2008

Hidra de Lerna

Ontem, no debate da ECO, minha digníssima orientadora, Profa. Dra. Fernanda Bruno, comentou o quanto o trabalho dos alunos da graduação lembrava os atos do Surveillance Camera Players, o que é ótimo, mas acredito que um dos desafios de nossa pesquisa está justamente em buscar ultrapassar o gênero do 'ativismo'.
Pedro Montillo, Ana Benevides e Ana Carolina

Como pontuou Ivana em dado momento, é interessante como podemos questionar paradigmas da linguagem audiovisual dominante a partir da edicão de imagens destas câmeras. Dito de forma simplificada, quando colocamos em cena a qualidade do interesse do espectador e a relação entre imagem e do som, por exemplo, jogamos com construcões de imagem-movimento e imagem-tempo, sublinhando tempos mortos e procurando redefinir a própria noção de acontecimento. A meu ver o trabalho dos alunos pecou por um excesso de atividade, o que não permitiu que esta dimensão delicada do trabalho pudesse vir à tona. Ficamos na 'palhaçada' como disse a aluna Flávia. Para refletir para próximas apresentações.

Um ponto que chamou a atenção no debate foi o fato de a presença das câmeras ter sido apresentada por Ivana como uma demonstração de zelo e proteção. Esta associação entre presença de câmera e zelo me interessa bastante, não no sentido da segurança e do monitoramento policial que visa ao controle, mas no sentido da ausculta, atenção, dedicação, abertura que me são tão caros. Neste sentido me interessa pensar a potência do dispositivo e estou feliz que o grupo de estudo com o Professor Fragozo tenha fortalecido minha leitura heideggeriana.

Enfim, não houve tempo de mergulharmos em todos os assuntos despertados pelo trabalho, mas o debate foi bastante bom, com participação intensa dos alunos.

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