Vamos fazer uma experimentação com câmeras de segurança, incorporando técnicas de improvisação teatral e video-instalação.
É a primeira vez que apresentamos este trabalho de 'cinema instantâneo' que terá a duração de um curta metragem e integra a programação da Mostra Nacional Live Cinema.
As apresentações acontecem na Caixa Cultural/ Cinema 2, nos dias 15 e 16 de agosto, às 19:30h.
A Caixa Cultural fica na Rua Almirante Barroso, no Centro, esquina com a Avenida Rio Branco.
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CABINE DE PENSAMENTOS
com a participação de
Ana Benevides
Cris Larin
Daniel Zarvos
Fabricio Belsoff
Fernando Velasco
Joana Lerner
João Paulo Quintela
Pedro Henrique Monteiro
Patricia Barbara
Thiare Maia
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Um grupo de atores improvisa composições para 04 câmeras dispostas no Centro Cultural. As imagens, com resolução e número de quadros por segundo típicos de um registro de segurança, não deixam dúvidas quanto à sua origem vigilante.
Outros acontecimentos flagrados pelo circuito interno de TV no momento da apresentação são incorporados à 'narrativa' - eventuais interações com o público, contemplação de espaços vazios e falhas no sistema de vigilância.
Na sala de projeção, às imagens supostamente frias, mecânicas e impessoais, adicionamos camadas de sons contendo narrações em primeira pessoa, gravadas em tom confessional, de diário, segredo, pensamento. Estes textos, quase sussurrados, expressam vontades, sentimentos e desejos particulares, contrapostos às imagens distanciadas, tornadas públicas.
Ao projetar na sala de exibição as imagens captadas pelas câmeras de segurança, trazemos o material produzido no âmbito do controle e do monitoramento para a esfera da fruição e do espetáculo, ressignificando a vigilância e expandindo-a a uma dimensão narrativa.
Assim pretendemos produzir um inquietamento que lembre que as câmeras de segurança gravam, incessantemente, não só potenciais suspeitos, mas histórias de pessoas que sentem, sofrem, sonham, e involuntariamente se transformam em atores de um filme secreto.
Desta forma, de uma 'imagem sob suspeita' chegamos a uma 'imagem de compartilhamento', aonde a atenção do espectador é guiada não pelo medo de uma potencial ameaça, mas pela identificação com sentimentos e ações comuns a todos nós.
Paola Leblanc é cineasta e David Cole é músico.
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