Tuesday, 3 June 2008

British Sounds (1970)

O pensamento em sons e imagens do Grupo Dziga Vertov vêm me servindo de provocação para apresentar aos alunos de direção uma outra possibilidade, para além dos manuais técnicos, do fazer 'audiovisual'. Certa urgência contemporânea em articular o discurso de modos não convencionais fica evidente nas obras que, para emprestar as palavras de Gorin, não utilizam a imagem para fornecer uma ilustração do que está sendo dito, e tampouco utilizam o som como explicação para o que está sendo visto. É impossível fazer uma leitura do som e da imagem em conjunção, e o ceticismo sobre a possibilidade de encontrar alguma 'verdade' na imagem se traduz no ataque feroz ao dogma do 'ver para crer' e as ideologias da visão.
Trecho do Texto de Colin Mac Cabe bo Catálogo da Mostra que ocupou o CCBB há alguns anos:
"em vez de representar uma grve específica em imagens específicas, o filme pergunta o que seria a representação de qualquer greve. Talvez a sequência-chave seja uma assembléia, não de mineradores grevistas, mas da equipe de produção discutindo a idéia de usar ou não uma imagem de Stalin no filme."

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