Wednesday, 2 January 2008

Andrea Capella manda notícias

"O que me interessa são as relações entre as artes, a ciência e a filosofia. Não há nenhum privilégio de uma destas disciplinas em relação a outra. Cada uma delas é criadora. O verdadeiro objeto da ciência é criar funções, o verdadeiro objeto da obra de arte é criar agregados sensíveis e o objeto da filosofia, criar conceitos. (...)

Se ninguém começa, ninguém se mexe. As interferências também não são trocas: tudo acontece por dom ou captura.

(...)

O essencial são os intercessores. A criação são os intercessores. Sem eles não há obra. Podem ser pessoas - para um filósofo, artistas ou cientistas; para cientista, filósofos ou artistas – mas também coisas, plantas, até animais, como em Castañeda. Fictícios ou reais, animados ou inanimados, é preciso fabricar seus intercessores. É uma série. Se não formamos uma série, mesmo que completamente imaginária estamos perdidos. Eu preciso de meus intercessores para me exprimir, e eles jamais se exprimiriam sem mim; sempre se trabalha em vários mesmo quando isso não se vê.

(...)

Essa idéia de verdade não é algo preexistente, a ser descoberto, mas que deve ser criada em cada domínio, é evidente nas ciências, por exemplo. Até na física , não há verdade que não suponha algum sistema simbólico, mesmo que sejam só coordenadas. Não existe verdade que não falseie idéias preestabelecidas. Dizer “a verdade é uma criação” implica que a produção de verdade passa por uma série de operações que consistem em trabalhar uma matéria, uma série de falsificações no sentido literal. (...) Forma-se uma série refletida, de dois termos. Não está descartada uma série de vários termos, ou séries complicadas, com bifurcações. Essas potências do falso é que vão produzir o verdadeiro, é isso os intercessores."

2 comments:

Anonymous said...

ele é fodão, dá vontade de ficar aqui só lendo e escrevendo ...que coisa

paoleb said...

pois é, mande mais txts !