os planos não se encadeiam; eles se precipitam uns sobre os outros, liberando uma energia que condiciona uma percepção quase unicamente plástica do filme
(pg 182 image temps , livre tradução)
Sunday, 25 November 2007
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4 comments:
a questão da profundidade de campo retomava uma transformação da pintura do seculo xvii (segundo michel serres idade barroca e nao do ideal de verdade)
Acho que o cinema do Orson Welles muda muita coisa, mas seus planos se encadeiam, né? Não no raccord perfeito, no sentido clássico, mas se encadeiam.
Numa outra medida, diferente, um plano seu sempre precisa do outro plano.
Fiquei pensando nisso...
fala rapaz. potências do falso fazendo pensar! bem, no caso o filme de welles em questão neste post, que não coloquei aqui é "A dama de shangai". interessa a Deleuze pensar neste capitulo um regime de imagem, ao qual chama de cristalino, que não está pautado pelo esquema sensório motor (que pressupõe um centro aonde se pode identificar o antes e o depois) mas a imagem tempo direta, livre de encadeamentos, op signo puro, son signo puro. para tanto, Deleuze cita uma passagem de Didier Goldschmitt, quando este afirma que os planos e contra-planos em closes muito próximos desequilibram o peso da imagem, a direita e a esquerda, os movimentos são interrompidos brutalmente, e daí que tudo tende a liberar uma energia que condiciona tal perpeção plástica do filme - e não calcada no encadeamento. é claro que isto é apenas uma frase extraída de uma análise pontual de uma sequência, e que sublinha somente um dos muitos aspectos que podem ser lidos a partir do filme. achei linda a frase, ela poderia servir muito bem para tantos filmes que gostamos, e realmente supreende chegar nela partir de welles. que bom que existem multiplas visadas para uma mesma coisa. maior das virtudes é a sua virtualidade!
Estou relendo, neste momento, o capítulo "para além da imagem-movimento", para um trabalho de fim de período da Estácio. Putz, como é bom!
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