Finalizando a leitura do Império dos Signos de Barthes me deparei com esta passagem, em livre tradução da pg 106
"No Ocidente o espelho é um objeto essencialmente narcísico. O homem só pensa no espelho para aí se ver; mas no Oriente, parece que o espelho é vazio; ele é simbolo do vazio mesmo dos símbolos. Como diz um mestre do Tao: O espírito do homem perfeito é como um espelho. Ele não colhe nada mas não repele nada. Ele recebe mas não conserva. O espelho não faz mais que captar outros espelhos e esta reflexão infinita é o proprio vazio (que como sabemos é a forma)."
Isso me fez pensar na performace da PatB e também em um texto do Cesar Guimarães que li recentemente, da revista da PUC Alceu:
"Ao ganhar a função de personalizar e particularizar um sujeito, a imagem lhe rouba o que ele tem de essencial, que é o oposto exato de uma marca particular. Ao contrário: singular é exatamente o ser que não tem substância, e cuja essência coincide com seu dar-se a ver - seu aparecer - com sua espécie, enfim. Agamben nota que a terminologia do termo species - aparência, aspecto, visão - mostra que ele vem de uma raiz da qual derivam outros termos, tais como espelho, espectro, espetáculo. Se a espécie de cada coisa é a sua visibilidade, o ser especial é aquele que coincide com seu fazer-se visível, mas de tal modo que esse seu aparecer em imagem deve ser entendido tal como os filósofos medievais faziam quando se perguntavam pelo ser e o não-ser das imagens especulares."
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